Sem conquistar um título há décadas, o Newcastle tem a chance de erguer uma primeira taça sob o comando de seus proprietários sauditas neste domingo às 13h30 (horário de Brasília) na final da Copa da Liga Inglesa, mas para isso terá de vencer o Manchester United que também está sedento por uma volta olímpica. 

A última vez em que os 'Magpies' levantaram um troféu foi em 1969, a antecessora da atual Liga Europa, chamada Copa das Feiras, vencida contra o Ujpest Dozsa (3-0, 3-2) na final disputada em dois jogos. 

No âmbito doméstico, é preciso voltar até 1955, com a Copa da Inglaterra, para ver o Newcastle levantando uma taça. 

Desde então, perdeu quatro finais: na FA Cup em 1974, 1998 e 1999, e sua única final da Copa da Liga, em 1976.

Pôr fim a esse jejum, pouco menos de dois anos depois da compra por um consórcio dominado pelo fundo soberano saudita PIF, concretizaria o bom trabalho até agora feito pelo treinador Eddie Howe, junto a uma política de transferências que até o momento tem se mostrado correta no geral. 

A vitória também garantiria disputar pelo menos a Europa Conference League na próxima temporada, embora o Newcastle esteja na luta por uma vaga na Liga dos Campeões, já que é quinto na tabela, um ponto atrás do G4 que garante a classificação à mais importante competição europeia de clubes. 

No entanto, os jogadores comandados por Howe não chegam em seu melhor momento a Wembley. Tirando as duas vitórias contra o último colocado Southampton nas semifinais (1-0 e 2-1), eles acumulam quatro jogos consecutivos no campeonato inglês sem vencer.

Karius em busca de sua redenção

Os 'Magpies' não poderão contar com o goleiro Nick Pope, expulso no jogo em casa contra o Liverpool (0-2) no último fim de semana, e tampouco com seu habitual reserva Martin Dubravka, que já atuou nesta edição da competição quando foi emprestado no início da temporada... ao Manchester United.

Assim, caberá a Loris Karius defender a baliza. O goleiro é lembrado na Inglaterra pelos erros cometidos na final da Liga dos Campeões de 2018, perdida pelo Liverpool para o Real Madrid (3-1). 

"É uma oportunidade maravilhosa para ele reescrever a história de sua carreira", afirmou Howe.

A espera de seis anos do Manchester United pode parecer pouco em comparação, mas ainda é o mais longo jejum para o clube de Old Trafford em 40 anos. 

Os seus últimos títulos datam de 2017 com a Copa da Liga e a Liga Europa, competição em que os 'Red Devils' acabam de se classificar para as oitavas de final ao eliminarem o Barcelona na quinta-feira (2-2 e 2-1). 

Ainda na disputa pela Copa da Inglaterra, o United é terceiro da Premier com 8 pontos de vantagem sobre o Newcastle e com chances de alcançar os líderes Arsenal e Manchester City (2º).

Um toque de Ten Hag

Uma situação que contrasta com a da temporada passada, quando fez sua pior campanha desde a criação da Premier League em 1992 (58 pontos). 

Esta melhoria tem a marca de Erik Ten Hag, que com um estilo menos contundente que José Mourinho ou Louis van Gaal, tem mantido o 'punho de ferro' que conduziu o clube às últimas vitórias. 

"Quando ele chegou pela primeira vez, no treino, exigiu 'faz isto ou sai daqui'", lembrou recentemente o português Bruno Fernandes.

"Todo mundo dizia 'e se um grande jogador não fizer o que ele diz, ele o tira ou não?' E já fez isso muitas vezes, fez com o Cristiano (Ronaldo), com o Jadon (Sancho), com o Marcus (Rashford)...", listou. 

Apesar das dúvidas sobre a presença do seu artilheiro Marcus Rashford (16 gols desde a Copa do Mundo), e da incerteza quanto ao futuro do clube, colocado à venda pelos seus donos, a família Glazer, esta final é a oportunidade de se reencontrar com um passado glorioso embora não tão distante.