Com muito a mostrar após seus recentes fiascos, Portugal vai estrear na Copa do Mundo na quinta-feira contra Gana envolvido no conflito entre o astro Cristiano Ronaldo e o Manchester United, que finalmente acertaram seu "divórcio".

Cristiano, em plena escalada de seu conflito com o técnico Erik ten Hag e os dirigentes do United, rescindiu seu contrato com o clube inglês 48 horas antes da estreia da seleção portuguesa no Catar e agora vai se expor na maior vitrine do futebol em busca de um novo destino.

"Sinto que chegou o momento de buscar um novo desafio", se despediu 'CR7', de 37 anos.

O atacante, que quer continuar jogando até depois dos 40, irá jogar seu quinto Mundial com uma motivação extra para mostrar que pode render mais do que rendeu em sua segunda passagem por Old Trafford.

A resolução do caso pode aliviar a tensão em torno do time português, que já tem sua própria dose de pressão para corresponder às expectativas.

"Como equipe, vamos nos concentrar na Copa do Mundo agora e não em outros problemas", disse na terça-feira Rubén Dias, zagueiro do Manchester City. "Não acho que o caso de Ronaldo prejudica o que tentamos conseguir aqui".

Diferente de outras seleção, Portugal tem uma coleção de jovens talentos (João Félix, Rafael Leão e Nuno Mendes) para substituir a médio prazo figuras como Cristiano, Pepe e Bernardo Silva.

A mescla, no entanto, não funcionou até agora e os maus resultados recentes colocaram em dúvida a capacidade da seleção portuguesa de chegar pela primeira vez a uma final de Mundial.

Portugal caiu nas oitavas de final em 2018, para o Uruguai, e na Eurocopa do ano passado, diante da Bélgica, enquanto na Liga das nações foi derrotado pela Espanha em setembro na disputa por uma vaga no 'Final 4'.

 Acerto de contas

Antes da revanche contra os uruguaios, Portugal vai começar sua caminhada no Catar contra Gana no Grupo H, que também conta com a Coreia do Sul.

Embora tenha melhorado seu desempenho em amistosos contra Suíça e Nicarágua, a seleção ganesa não brilhou durante o ciclo até seu quarto Mundial.

A classificação nas Eliminatórias Africanas foi selada em um mata-mata com a Nigéria que foi decidido graças ao número de gols marcados fora de casa, depois de dois empates.

O técnico Otto Addo aposta suas fichas no volante Thomas Partey, um dos pilares do Arsenal, líder do Campeonato Inglês, e nos contra-ataques com os irmãos André e Jordan Ayew e Iñaki Williams, ponta do Athletic Bilbao.

"Estamos conscientes de que vamos enfrentar uma equipe perigosa", reconheceu Runén Dias. "Gana é fisicamente muito forte e tecnicamente também. Eles têm bons jogadores que jogam no mais alto nível na Europa".

André Ayew, que disputará sua terceira Copa, é o único remanescente do Mundial de 2010, no qual Gana teve sua melhor campanha na história do torneio, chegando até as quartas de final.

A seleção ganesa esteve muito próxima de se tornar a primeira representante africana a chegar às semifinais, mas caiu nos pênaltis diante dos uruguaios em um polêmico final de partida, quando Asamoah Gyan perdeu o pênalti marcado após a famosa mão de Luis Suárez.

No Catar, o Uruguai está novamente no caminho de Gana, no último jogo do Grupo H, repleto de contas a acertar.